quinta-feira, 4 de junho de 2015

" O OUTONO E A MINHA CIDADE "

Fecho os olhos Apetece-me deitar neste prado de fantasia Onde a tela se pinta numa mistura Em aguarelas de castanhos, amarelos e vermelhos É assim este Outono em que me deito e descanso E no imaginário, busco o fogo que minha alma consome Num inventar de emoções Num turbilhão de sensações Ao longe ouve-se o tradicional homem Quentes e boas...ó senhora são só 2 euros Venha comprar Aquele cheirinho inebriava-me Vagarosamente, meus passos escutam-se sobre as folhas já caídas E debruçadas nas pedrinhas da rua Calçada? Nem vê-la de tão cinzenta e triste Olho este chão...Ai que saudade da minha velha calçada à portuguesa Quis recuar, mas aquele cheirinho... Chamava por mim Já de cartuchinho na mão, sento-me nesta cadeira fria Olho a minha cidade, através de uma avenida que outrora já foi bonita. Trazia nos olhos as flores de Maio E os beijos dos enamorados E naqueles bancos Quantos idosos cansados Respiravam um pouco de ar E sorriam aos jardins perfumados de outrora E a noite... Oh a noite vibrava no esplendor do luar Quantas declarações de amor E cartas escritas ao vento Nas folhas que não eram precisas, inventar E eu agora, quedo-me a pintar a minha cidade Nesta tela de um emaranhado de vontades De luzes cintilantes De cores cinzentas De vazios De Nadas AUTORA: LOURDES S.

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